“DURA PRAXIS SED PRAXIS”
““PRAXE”! Este termo que mais se assemelha a um pesadelo horrível e terrífico. Terá de ser devidamente esclarecido. Os doutores ao fazerem o esforçado, o cansativo, e o hercúleo favor de estarem presentes neste ano de praxe, não têm como objetivo humilhar-vos, nem vos fazer sentir como tal, têm antes, como primordial, propósito fazer da praxe um ato educativo, conforme a tradição”” (in prologo, Guia de Praxe Universidade Aberta Porto)
Não poderia deixar de abordar este tema, sem antes fazer esta referência, que no meu ponto de vista é esclarecedora do principal objetivo da praxe! A praxe é algo pelo que todos já passaram, não só na faculdade, mas em vários outros meios em que a tradição coloca os mais antigos a receber e a criar espirito de integração. No caso do ensino superior o objetivo é que o ano de caloiro seja um ano inesquecível, um ano que ficará recordado, lembrado, para o resto da vida como o mais saudoso. Pelo que é natural que a maioria dos antigos alunos defenda esta prática, são o sinal claro que a tradição funcionou!
Também é importante referir que só é praxado quem quer, ou seja quem aceita as regras, aqueles que pretendem pertencer a uma família alargada com valores de fraternidade elevados, com elos de amizade, respeito e camaradagem muito fortes!
Pelo que, obviamente, somente com o respeito existente nas verdadeiras tradições, vividas com o verdadeiro espirito académico, esta tradição chegou aos dias de hoje.
Com o leitor e após esta apresentação, e porque os meios de comunicação social só conseguem vender o ” mal”, gostaria de vos deixar a minha reflexão, pois considero que o problema da praxe, não esta no processo de vontades. Mas no modelo aplicado de um exagerado, em algumas universidades! Fui anti praxe em 1999 na Universidade do Minho, pelo abuso excessivo do conceito em que o humilhar sobreponha-se ao verdadeiro valor – INTEGRAR! Hoje sou caloiro na UAb, onde o interesse maior, união e fraternidade são verdadeiros! Pelo que consegui viver as duas faces do movimento, permitindo-me fazer a seguinte consideração: o problema não e o ato, mas os praticantes, podemos mesmo fazer o paralelo com os extremistas religiosos!
Aos que exercem Praxe, gostaria de vos deixar alguns apelos. Lembrem-se sempre que tradição académica foi, é e será sempre VIDA E PAIXÃO!
E como não poderia deixar de ser, fica a opinião relevante para o tema:
” Do ponto de vista generalista, a praxe é um conjunto de praticas que visam a integração dos novos estudantes nas instituições de ensino superior.
A meu ver, trata-se de uma partilha de experiências e das tradições académicas que embora pareçam duras no momento, mais tarde as recordações serão sem duvida inesquecíveis e insubstituíveis. Esses momentos, que ao contrario do que se possa pensar, ajudam a perpetuar a amizade e a união entre todos.”
Victoris Canidius Espadadus
Dux Univesitatis Abertas Portus