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O Patrono da FNA

O Santo

Com 55 anos de idade despojado das riquezas deste mundo, só com um humilde burel, entrou a professar como frade mendicante no Convento de Nossa Senhora do Carmo, em Lisboa.
No exercício espiritual Frei Nuno de Santa Maria, nome que adoptara quando abraçou a vida religiosa, mostrou-se tão dedicado e bondoso para com todos que todos vinham comer do seu “caldeirão”.
(Sopa dos Pobres). Isto é, receber as suas esmolas, fossem por conselhos sábios e amoráveis, fossem por moedas, roupas ou comida que esmolara aos ricos para oferecer aos pobres. Rapidamente a sua fama de santo cresceu e ainda em vida atribuíram-lhe milagres.
Mas Frei D. Nuno não se despojou de tudo: conservou na sua pequena cela a sua espada e armadura. Abraçara a Religião mas não morrera a alma de leão devoto à Pátria.
Consta que o embaixador de Castela o terá visitado no Convento do Carmo e que lhe terá perguntado o que faria se Castela invadisse novamente Portugal?
Então o velho guerreiro levantou o hábito e deixou ver que por baixo trazia vestida a sua cota de malha, dizendo com firmeza:
Se el-rei de Castela mover guerra a Portugal, servirei ao mesmo tempo a religião que professo e a terra que me deu o ser.
Em 30 de Março de 1431, Sexta Feira da Paixão, o “Frade Santo”, como lhe chamavam, com 70 anos de idade tombou gravemente doente.
Acudiram ao Carmo os mais importantes do Reino, incluindo D. João I e o príncipe herdeiro, D. Duarte.
Ao meio-dia de 1 de Abril, Domingo de Páscoa, Frei D. Nuno morreu. O rei D. João I estava à sua cabeceira. 
Os milagres atribuídos ao Santo Condestável prosseguiram pelos séculos seguintes. Sendo D. Nuno Álvares Pereira, beatificado em 23 de Janeiro de 1918 pelo Papa Bento XV, é consagrado o dia 6 de Novembro ao então Beato.
O seu processo de canonização, foi iniciado em 1940. Finalmente a 26 de Abril de 2009, em Roma pelas 9 horas e 33 minutos (hora de Portugal), D. Nuno Álvares Pereira (Beato Nuno) é canonizado pelo Papa Bento XVI,como:
São Nuno de Santa Maria.
s. nuno S. Nuno de Santa Maria é para todos os Associados o exemplo claro da nossa mística e simbologia. Podemos comparar parte da sua vida como a de um verdadeiro Escuteiro. Quando alguém perguntar: “Qual é a mística da FNA”, contem-lhe a história do nosso Patrono. A sua vida merece a nossa melhor atenção. Vejamos, quer seja: Nuno, Nuno Álvares Pereira, Condestável de Portugal ou S. Nuno de Santa Maria, sob três perspetivas diferentes, a saber: como Homem, como Herói e como Santo.

O Homem

Vai desde o seu nascimento, educação e juventude. Confirmam os seus historiadores que Nuno Álvares Pereira, nasceu em Cernache do Bonjardim, no dia 24 de Junho de 1360 (festa litúrgica de S. João Baptista) e recebeu no Batismo o nome de Nuno.
Filho de D. Frei Álvares Gonçalvez, Prior da Ordem do Hospital, e de D. Iria Gonçalvez Carvalhal. Desde tenra idade, testemunhou uma lúcida inteligência, coragem e decisão. Aos 13 anos foi admitido na corte como pajem da Rainha D. Leonor Teles, esposa do Rei D. Fernando, onde completou a sua educação e formação.
Viveu e cresceu na presença do Rei e de toda a corte. Inicialmente educado pelos pais onde recebeu a mais apropriada educação (de acordo com a Idade Média). Da Rainha recebeu a investidura solene de cavaleiro, com todo o cerimonial, onde incluía uma exortação ritual.
Como cavaleiro criou a sua bandeira, e à sua volta reuniu o seu pequeno exército, solicitando deles virtudes e conhecimentos militares, que os tornasse dignos de serem homens e cristãos. Vivia-se na época da cavalaria medieval o que chegou a ser uma paixão para a juventude. A paixão pela literatura conduziu às figuras fictícias ou reais dos cavaleiros ilustres, onde cabia o Rei Artur e os seus companheiros da Távola Redonda, com destaque para a figura de Gaalaz.
Pretendia manter-se virgem e casto mas aos 16 anos não pode resistir à autoridade paternal, e assim contraiu matrimónio com D. Leonor de Alvim, fidalga de Pedraça, em Cabeceiras de Basto. Deste casamento teve 3 filhos (2 meninas e 1 menino), apenas sobreviveu uma das filhas, D. Beatriz, que veio a casar com um filho de D. João I e deu origem à Casa de Bragança.


O Herói

Nasceu do seu carácter a constante aspirações à máxima perfeição moral. Desde sempre manifestou o culto da Pátria e decidiu-se dedicar-lhe todo o seu esforço. O seu contributo junto do Mestre de Avis foi decisivo para a nacionalidade portuguesa.
Após a morte do Rei D. Fernando o país entrou numa crise política enorme. Portugal poderia ficar ligado a Castela e possivelmente desaparecer como reino independente. O Rei de Castela casado com a filha de D. Fernando, era o candidato à sucessão do trono, põe cerco a Lisboa e o reino ficou em alvoroço, dado ao forte poder de Castela.
A primeira aventura de D. Nuno dá-se ao fazer o reconhecimento do exército inimigo, para observar a sua força e capacidades. Cumprida a missão, perseguido ferozmente pelas tropas de Castela, regressa são e salvo. D. Nuno pode provar a sua coragem numa luta feroz que quase lhe ia custando a vida, e manifestar a sua opinião ao Rei.
Seguidamente, dá-se a célebre batalha dos Atoleiros, contra um exército seis vezes superior, onde revelou a sua capacidade de estratega militar, aplicando a famosa tática do quadrado. Humilhados pela derrota, logo o Rei de Castela reuniu o maior exército de todos e veio encontrar de novo D. Nuno em Aljubarrota.
Resumir este acontecimento é difícil. Coloca as suas tropas apeadas com as lanças em riste à espera do inimigo, como uma muralha humana em profundidade. Depois reza e espera o inimigo (era o dia 14 de Agosto de 1385). Castela remete a sua cavalaria que se vai espetar nas lanças e pelo chão rolam os cavaleiros arrastados pelos cavalos. D. Nuno ordena uma carga cerrada sobre os castelhanos, levando o inimigo desorientado a recuar. Alguns cavaleiros portugueses montam e perseguem-nos até à fronteira. A luta foi dura, mas os castelhanos foram vencidos pelo jovem D. Nuno.
Ali, na altura já como Rei D. João I, mandou edificar o Mosteiro de Santa Maria da Vitória, a assinalar aquela Batalha, para exaltar o amor a Deus e à Pátria. Mais tarde, em 17 e 18 de Outubro de 1385, volta a ser chamado a enfrentar os castelhanos, desta vez em Valverde, território de Castela. Como um verdadeiro milagre, de novo os portugueses saem vitoriosos. Durante a batalha D. Nuno desaparece para rezar e… depois vai para a Batalha, luta e vence.
Em 1415, já como Condestável de Portugal, comandante supremo do exército português, acompanha os príncipes à conquista de Ceuta, em África.
Quando mais tarde considera que a sua vida militar tinha chegado ao fim, despoja-se de todos os bens, uma imensa fortuna, istribuindo-a pela família, amigos e companheiros de armas.
Então despiu a couraça e enverga o seu pobre hábito de frade.

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Aplicação prática do tema 10 do capitulo 2 da Bibliografia obrigatória
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